4 de setembro de 2013

Livro: Paperboy

Titulo original: The Paperboy
Lançamento: 2013 (1995)
Editora: Novo Conceito
Autora: Pete Dexter

Hillary Van Wetter foi preso pelo homicídio de um xerife sem escrúpulos e está, agora, aguardando no corredor da morte. Enquanto espera pela sentença final, Van Wetter recebe cartas da atraente Charlotte Bless, que está determinada a libertá-lo para que eles possam se casar.
Bless tentará provar a inocência de Wetter conquistando o apoio de dois repórteres investigativos de um jornal de Miami: o ambicioso Yardley Acheman e o ingênuo e obsessivo Ward James.
As provas contra Wetter são inconsistentes e os escritores estão confiantes de que, se conseguirem expor Wetter como vítima de uma justiça caipira e racista, sua história será aclamada no mundo jornalístico.
No entanto, histórias mal contadas e fatos falsificados levarão Jack James, o irmão mais novo de Ward, a fazer uma investigação por conta própria. Uma investigação que dará conta de um mundo que se sustenta sobre mentiras e segredos torpes.

Paperboy é diferente de tudo que eu pensei em ler até hoje. É narrado em primeira pessoa por Jack, porém ele participa tão pouco da história, pratica tão pouca ação que ele é quase um narrador onisciente, no sentido de presenciar os fatos. O livro é dividido em tempos e não capítulos. Como é isso? A divisão da história é feita por espaços em branco entre as narrações.
Em seus méritos é um ótimo livro. Eu pelo menos gostei muito da leitura. Não é um livro muito fácil de se ler, a escrita é um pouco rebuscada e com uma dificuldade mediana.
O modo como os fatos são apresentados faz com que você só entenda e encaixe o quebra cabeça quando o Peter quer, que é quando ele te apresenta, através da narrativa de Jack, a afirmação do ocorrido, se não fica a dúvida no ar para sempre. Na página onde contem as informações de publicação tem o seguinte dizer:
"Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, lugares e acontecimentos descritos são produto da imaginação do autos. Qualquer semelhança com nomes, datas e acontecimentos reais é mera coincidência."
Será mesmo? Porque eu me senti lendo um diário de confissões pessoais.
Esta obra nos mostra como é a vida de um repórter nos anos de 1969 e as peculiaridades e preconceitos das cidades pequenas. E eu me apaixonei pelo profissional Ward, seus princípios são muito valiosos. E isso parece que contagia seu irmão Jack, mudando seu futuro. O Yardley é arrogante e detestável, não consegui suportá-lo. Charlotte não fez muita diferença para mim, para a história é claro que sim, pois foi ela quem começou a coisa toda quando escreve para Ward pedindo ajuda, mas na minha humilde opinião ela teve o fim que sempre buscou, mesmo não sabendo no começo.
Enfim, eu recomendo a leitura e espero que gostem.

ANEXO!
Gente, eu vi o filme...
Dirigido por Lee Daniels e tendo como roteirista o próprio Dexter, o filme é narrado pela empregada da família: Anita Chester. Que dá uma entrevista contando o que aconteceu naquele verão.
O nome dos personagens, os fatos e os locais foram todos alterados, incluindo o fim do filme que é completamente diferente do do livro. Ainda bem, pois com esse fim odiaria o livro para sempre.
Porém, o roteirista é o Dexter, o que me faz pesar que ele preencheu as lacunas deixadas no livro.
Não é o tipo de filme que eu estou acostumada a assistir. Não tem nada a ver com os filmes holiwoodianos por aí. Nele o preconceito é bem explícito e isso me incomodou muito, no livro isto é um pouco mascarado e menos impactante porque o Jack não se incomoda com essas coisas, e não é preconceituoso, não de forma perceptiva porque eu não percebi. Pelo menos esse não era o foco, uma vez que já haviam preconceituosos demais na história.
Enfim o filme mistura o livro. E de uma forma geral eu detestei o filme e não recomendo se a sua curiosidade for abaixo da minha. Se for do mesmo nível, você não conseguirá ficar sem assistir, então bom filme. Ou o melhor que ele puder oferecer...

Um comentário:

  1. Eu vi esse livro em algumas caixinhas do correio de alguns blogs e não me interessei, mas a sua resenha me deixou bastante curiosa :D
    Vou dar uma chance...

    Beijo

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